Na noite do dia 2 e madrugada do dia 3 de agosto de 2011, um aquecimento noturno foi observado em diversas estações meteorológicas na cidade do Rio de Janeiro – RJ. Tal aquecimento ocorreu de forma repentina e intensa, com aumento de até 5°C em uma hora no Aeroporto Internacional Tom Jobim (SBGL) e no aeroporto Santos Dumont (SBRJ), e 3,9°C na estação meteorológica do Forte de Copacabana. Normalmente, o ciclo de temperatura diurno é bem caracterizado, de forma que valores mais baixos e mais altos são observados no início da manhã e meio/fim da tarde, respectivamente. No entanto, alguns fenômenos meteorológicos podem provocar alterações neste ciclo, sendo mais comuns quando há a passagem de frente fria. Por meio de reanálises e de uma simulação numérica do evento utilizando o modelo regional de previsão numérica do tempo − o Weather Research and Forecasting – WRF −, foram identificadas características na coluna atmosférica, como uma camada de ar mais seco em níveis médios, logo abaixo de uma camada mais úmida, além de uma inversão térmica próxima à superfície. Esses resultados são semelhantes aos apontados por Johnson (1983) para eventos heat burst, que tem como características o aumento súbito da temperatura do ar simultaneamente à diminuição da umidade em superfície. O heat burst pode estar associado à dissipação de tempestades e é tipicamente de natureza noturna, quando uma camada limite estável se desenvolve neste período, e tem um papel importante para o seu desenvolvimento.
Palavras-chave: Aquecimento noturno, Heat burst, Rio de Janeiro.